quinta-feira, 19 de novembro de 2020

2017. A virada de jogo e a consolidação da marca em todo o Brasil

 23 de abril de 2017, um domingo à tarde e muito calmo para o meu perfil. Estava sentado no sofá e pensando que deveria criar algo diferente do tradicional, em relação à Uva e Verde. Vender loja, inaugurar e administrar a operação já faziam parte do meu dia a dia, e isto estava me deixando completamente para baixo, porque todo o processo era dominado tanto por mim quanto pela Tati, responsável direta por inaugurar as lojas desde o primeiro momento, depois da venda ao interessado.

Analisando friamente a “fanpage” da marca, percebi que ali tínhamos cerca de 130.000 seguidores e muito engajamento em todas as postagens. Mas uma coisa me chamou a atenção. As pessoas que escreviam ali, nos comentários, que amavam a marca e adoravam tudo o que a gente vendia. E houve um detalhe que me chamou mais ainda a atenção. Na grande maioria dos comentários diziam: “Um dia eu vou ter uma loja Uva e Verde”.

Isso ficou na minha cabeça por alguns dias, batendo forte e pensando em como dar a oportunidade para aquelas pessoas, em sua maioria, que não tinham o valor para investimento em uma loja (R$ 250.000,00), mas queriam muito empreender no segmento. Foi então que chamei a Tati e disse a ela: “O que você acha de criarmos um modelo de micro franquia, em que venderemos ao interessado o nosso conhecimento e entregamos todos os passos para ele empreender em nosso ramo de atividade?”

Ela olhou para mim e perguntou: “Mas como e por quanto?” Eu pensei rapidamente e disse: “Algo perto de R$ 5.000,00, em que R$ 3.000,00 seriam pelo nosso conhecimento e R$ 2.000,00 seriam a primeira compra do micro franqueado”. A resposta da Tati foi imediata: “Mas só R$ 3.000,00 pelo nosso conhecimento de 20 anos como empresários e 12 no segmento de presentes e decoração? É muito pouco”. Eu concordei com ela logo de cara, mas entendi que poderia ganhar em escala e espalhar a marca muito mais rápido, além de fortalecer o nome da Uva e Verde nos parceiros, como o maior comprador de presentes e decoração do país. Sentei-me no computador no domingo seguinte, abri meu sistema de desenvolvimento de peça publicitária e criei um anúncio base:

MICROFRANQUIA DE PRESENTES E DECORAÇÃO

Negócio completo por R$ 5.000,00

Retorno do investimento em apenas 63 vendas de R$ 80,00.

Chame o Tessarini no whatsapp e peça informações.

48 99119-5400, ou acesse o site abaixo e faça seu cadastro.

www.uvaeverde.com.br

Mostrei para a Tati. Ela gostou e entendeu que poderia ganhar em escala, mas qual escala, se ninguém no setor tinha feito algo parecido com isto? Eu disse a ela: “Relaxa e vamos lançar e aprender com cada um que voltar e perguntar como vai funcionar. A partir das primeiras perguntas a gente começa a formatar o negócio e melhorar os processos”. Combinei com ela: “Eu vendo e você fica na gestão, depois que os interessados comprarem. Praticamente da mesma forma como fazemos hoje com as lojas.”

Antes de colocarmos o anúncio no ar desenhamos o objetivo do negócio:

“Ajudar as pessoas que não têm como investir em uma loja a entrar em nosso ramo de atividade, investindo o mínimo possível, e retomando o seu capital o mais rápido possível.”

Essa era a forma mais justa que encontramos para ajudar e ainda espalhar a marca por todo o país. A Tati e eu não estávamos muito preocupados com a lucratividade, e sim em pôr força máxima nesta nova engrenagem que estava nascendo, através da microfranquia.

No final de abril, tudo estava pronto para o lançamento e eu “dei start” no anúncio na “fanpage” da marca. Era uma terça-feira à noite quando terminei de “dar start” no anúncio. Fui dormir e fiquei na expectativa de como aqueles 130.000 seguidores enxergariam o anúncio.

Porque pensem comigo. Criamos algo inovador, sem concorrente e, consequentemente, sem exemplo nenhum de comparação. Essa era

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a minha maior preocupação, como os interessados entenderiam que, uma franquia com investimento de R$ 250.000,00, estava anunciando um modelo por R$ 5.000,00? Bom, deixei para resolver depois que aparecesse o primeiro.

No dia seguinte, acordei umas nove horas da manhã, fiz o que tinha que fazer e, depois de umas duas horas, fui olhar meu whatsapp. Quando abri e vi 250 mensagens e uma pergunta atrás da outra, quase caí de costas. Nunca imaginei na minha vida um retorno tão rápido assim, mas estava ali, pronto para atender. Só que tem um pequeno problema: você responde, pula para o outro e depois vem a réplica. Assim, resolvi tirar aquele dia de folga só para me dedicar a esses atendimentos. Com cada um que conversava, eu anotava em meu caderno ao lado a dúvida e depois criava uma explicação. Durante todo o dia, atendi perto de 400 interessados e todos bem animados com a novidade. Só que eu não tinha apresentação, modelo de contrato e nada do que temos hoje para aliviar o atendimento, enviando material para o interessado.

No final da noite, depois de estar exausto, mas muito animado, sentei-me no computador e comecei a criar os processos junto com a Tati. Ficamos ali a madrugada toda e, logo de manhã, tínhamos um modelo de contrato, uma apresentação base e um negócio, montado dentro do guarda-chuva Uva e Verde.

No dia seguinte, para a minha surpresa, daqueles 400 atendimentos que fiz no dia anterior, perto de 155 já queriam fechar negócio. E foi nesse dia que começou toda a loucura, deste novo modelo de negócio. Foi uma atrapalhada só, porque não tínhamos criado o modelo de gestão do negócio. O que eu fiz? falei para a Tati: “Não podemos esperar, o pessoal quer comprar e se eu falar que não vou vender estamos ferrados, será xingamento de tudo quanto é lado. Eu vou vender, te passo o contato e você vai atendendo.”

Para você, leitor, não consigo expressar em palavras que estávamos trabalhando 20h por dia e dormindo as outras quatro. Nós vendemos, em três meses, mais de 600 microfranquias e não paravam de entrar contatos de interessados, querendo saber mais.

Naquela semana do mês de julho, resolvi contratar uma galera para me ajudar em todo o trabalho. E agora, quero que você me fale: Como

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contratar pessoas para dar suporte de uma coisa que ainda não tinha uma vida? Isso mesmo, não tínhamos processos definidos e tudo estava correndo a “1.000 por hora”. Foi quando a Tati deu uma surtada e me disse: “Tessa, tem mais 550 pessoas chamando no meu whatsapp e são 22h, o que eu faço? Porque amanhã serão mais 550”. Eu olhei para ela e disse: “Atende que vamos dar um jeito”. E demos, duas semanas depois desenvolvemos vários processos, criamos uns departamentos e a coisa foi sendo contida, mas os interessados continuavam a chamar.

Aí vem o governo Temer e boom: solta mais de 40 bilhões do FGTS para as pessoas sacarem e, adivinhem, boa parte dos interessados usariam esse dinheiro para comprar a microfranquia. O que foi mais engraçado é que os fornecedores parceiros ligavam para a gente e perguntavam: “O que está acontecendo? Hoje recebi mais de 60 ligações de franqueados da rede Uva e Verde, querendo fazer pedido”. Eu dava risada e falava: “Atenda e venda, pois está chegando mais”.

Foram nesses dias de venda que começamos a afinar mais ainda com esses fornecedores, criamos raiz e mostramos a eles o potencial de uma marca que se reinventa a todo instante. Em 2017, fechamos 1.100 vendas e continuamos neste ritmo durante 2018, 2019 e agora em 2020.

Em paralelo, vendemos algumas lojas e hoje estamos presentes em mais de 2.500 municípios, um faturamento gigante, que passa dos R$ 100.000.000,00 , e com mais de 1.000.000 de seguidores nas redes sociais.

O que eu penso para o futuro?

Até 2025 a minha meta é ter 50 lojas e bater a casa das 20.000 microfranquias. Você, leitor, dúvida que pode acontecer? Então acompanhe de perto.

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