quinta-feira, 19 de novembro de 2020

2009. O ano de inaugurações que trouxeram sucesso

 A inauguração foi agendada para setembro de 2009, um mês antes do Enrico nascer. Marcamos um horário com os licenciados, em que acompanharíamos toda a instalação do quiosque, deixando apenas a arrumação para o franqueado, sendo que ele seria treinado no dia seguinte por uma equipe de marketing da nossa agência, que chegaria após às dez da manhã.

Chegamos ao shopping perto das vinte e uma horas, encontramos com os licenciados e ali, no local de instalação, aguardávamos o shopping encerrar sua operação para pedir que entrasse o quiosque, o estoque e todo o aparato para iniciarmos a operação. Como nada na minha vida foi fácil, assim que começamos a montagem e preparação de exposição dos produtos, a licenciada disse que teria que ir embora, pois tinha um compromisso bem cedinho no outro dia e não poderia ficar por lá. Pediu para finalizarmos o processo, inaugurarmos o quiosque, que ela chegaria por volta das 16h do dia seguinte.

Nós estávamos em umas doze pessoas, sendo quatro da marcenaria, seis da agência, a Tati e eu. Ficamos todos de olhos arregalados com este pedido, e surpresos com a reação de quem acabara de realizar um sonho tão distante, que era ter sua operação em um shopping center dos sonhos. Além disso, mesmo ela percebendo que a Tati estava grávida de oito meses, ficou sentada em um banquinho, colocando bijuterias nos ganchos anexados ao quiosque.

No dia seguinte, antes do shopping abrir as portas, estávamos a minha cunhada, a Tati e eu, há vinte e quatro horas “no ar”, mas muito motivados com aquele novo projeto. Liguei para a licenciada, que me pareceu um pouco estranha no telefone, mas imaginei que poderia estar com algum problema pessoal e deixei passar, para combinarmos a hora que ela chegaria, pois precisávamos treiná-la para assumir a operação. Ela confirmou que chegaria após às dezoito horas, mesmo afirmando no dia anterior que chegaria perto das dezesseis, e para ficarmos tranquilos que ela tocaria dali para a gente, assim que chegasse.

Por volta das dezenove horas, ela apareceu e iniciamos o treinamento, que também aconteceria nos próximos cinco dias, até a certeza que ela administraria o dia a dia da forma correta. Às 22h o shopping fechou as suas portas, a Tati e eu, há mais de trinta e seis horas “no ar”, mas sempre motivados, nos despedimos e fomos para casa.

No dia seguinte estava previsto de que a licenciada se encontrasse com o pessoal do treinamento perto das 9h, para tirarem as últimas dúvidas antes do shopping abrir. Conclusão: o shopping abriu, a licenciada atrasou, chegando perto da hora do almoço. Eu com trabalho até o pescoço na agência e consultorias, a Tati prestes a ter um filho. A minha equipe me ligou, dizendo que a estava treinando e que iria embora lá pelas 20h, retornando no dia seguinte para dar continuidade.

Naquela noite, chegando em casa, tocou o meu telefone e era o marido da licenciada, dizendo que ela estava muito cansada de ficar de pé no quiosque e atender muita gente ao mesmo tempo, e que não queriam mais continuar a ser licenciados. Eu fiquei estático por alguns segundos, e pensei: E agora? Como vou fazer para tocar o negócio que está no meio do shopping, onde gastei mais de trezentos mil reais para viabilizar, passei ao licenciado por um terço disto e ainda fiquei com esta bomba na mão.

Naquela hora, respirei fundo, voltei a mim, e como sou um cara extremamente positivo, pensei, puxa vida, era para ser nosso, não deles. Vou encarar e fazer a coisa andar. No dia seguinte, estava de pé no quiosque, enquanto meu advogado preparava o distrato e a devolução da verba aos licenciados, além de passar toda a documentação do shopping para a nossa empresa. A minha outra equipe estava em contato com o RH do shopping, fazendo uma avaliação da lista de candidatos que gostariam de trabalhar em uma operação como a nossa, e correndo contra o tempo para encontrar alguém que gerenciasse, no momento em que nós não estivéssemos por lá, até assumirmos uma posição de como seriam os processos do dia a dia.

Passaram-se três dias e tudo estava caminhando muito bem. Não era a minha primeira operação direta no varejo, mas estava animado com o projeto que estava dando muito certo, até demais, pois nosso estoque acabou em dez dias e faturamos três vezes mais do que nós e o shopping prevíamos.

Após toda a turbulência e ajustes de produtos, processos e pessoas, voltamos o foco para o que faríamos com aquele projeto de negócio, dali para a frente. O tempo passou, recebemos muitos contatos de pessoas querendo franquear em outras cidades. Muitos interessados em saber mais sobre a marca e como estávamos nos posicionando em um

mercado tão competitivo. Muitos lojistas do próprio shopping nos perguntando onde seriam inauguradas as próximas unidades.

Eu acredito que administramos muito bem durante nove meses, mesmo depois da chegada da minha maior conquista, o Enrico. Como na minha vida nada é fácil, ele nasceu, no dia 07/10/2009, prematuro e a Tati estava com a saúde debilitada, não podendo trabalhar muito durante o dia. Mas no fim deu tudo certo, nasceu com um rosto de “véinho”, mas muito bonitinho.





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